Clientes e visitantes Vicke Bijumix, quero dividir minha pequena história de como me tornei uma mulher empreendedora. História escrita para o programa Mulher de Negócios 2014 para concorrer ao prêmio mulher de negócios do SEBRAE. Adoro concorrer, arriscar, e adorei ter escrito este pequeno resumo; em breve, terei o mesmo prazer em acrescentar mais sobre minha caminhada neste mundo de negócios cheio de sonhos e metas onde eu tanto gosto de estar inclusa.
Como me tornei uma mulher de negócios
Meu nome é Maria das Vitória da
Silva e meu apelido é Vicke, moro em Picuí, na Paraíba, venho de família de
agricultores muito humilde, mas desde cedo dei valor para o estudo e para o
trabalho. Ser Empreendedora Individual não estava nos meus sonhos na época que
concluí o ensino médio, pois de todas as profissões que me imaginei seguir,
empreendedorismo não estava incluso. Quando terminei o ensino médio, além de
continuar estudando para futuros vestibulares e concursos públicos, nesta
época, morando em Baraúna-PB, fui professora num programa do governo federal
chamado alfabetização solidária. A remuneração era bem pequena, mas minha visão
empreendedora meio sem perceber me alertava: comprei uma porca e criei no sítio
da minha madrinha, mas cada vez mais eu pensava no meu futuro financeiro,
então, na primeira oportunidade que tive de sair para trabalhar, eu aceitei,
fui trabalhar em Recife-PE numa fábrica de bijuterias à base de resina,
trabalhava na produção de montagem das peças. Certo dia, a funcionária da loja
da fábrica tirou férias e eu fui escalada para atender os clientes que vinham
fazer pedidos para revendas; foi um mês ainda mais lucrativo do que quando eu
estava na produção; mesmo sem experiência como vendedora, consegui um bom
desempenho.
Após 10 meses de muita experiência
nesta fábrica, por motivos de moradia, decidi voltar para minha terrinha, mas
saí de lá com algo a mais e nem percebi que eu tinha saído com características
de uma mulher empreendedora. Voltei para a Paraíba, não passei no concurso
público de Baraúna-PB, nem passei no de Picuí-Pb. Trabalhei por um tempo na
fabricação e venda de joias em prata no Centro de Geração de Emprego e Renda –
CGERP, Picuí PB. Após o centro ter sido fechado, passei um período sem
trabalhar, foi uma fase muito difícil. Certo dia, eu acordei com saudade de
trabalhar com bijuterias, as lembranças de como fazer brincos, pulseiras,
colares me encheram de esperança. Peguei R$ 56,00 emprestados com uma amiga,
consegui carona e fui à cidade de Campina Grande PB comprar material para
fabricar bijuterias; fabriquei meus primeiros brincos. Não tinha dinheiro para
comprar cartelas, embalagens para colocar os brincos, então eu pegava as caixas
de medicamentos da senhora com a qual eu morava, e com as unhas, eu retirava as
informações da caixa e fazia as cartelas para expor os brincos. Fazia a conta
do valor da matéria prima mais minha mão de obra e saia oferecendo e vendendo
os brincos. Já com o apurado, comprava novamente material e fazia outros, mas
começar um negócio, não bastava ter dedicação, força de vontade, jeito pra
vender, precisava ter dinheiro para investir, e eu não tinha.
Fui trabalhar numa loja de
confecções infantis. Logo de início eu adorei aquele novo mundo, atender as
clientes era tudo de bom, eu fui a cada dia ganhando meu espaço, técnicas de
vendas, visão de negócio, com cursos profissionalizantes, fui a cada dia
melhorando na arrumação da loja, no atendimento e foi ali que descobri que a
minha profissão era no comércio. Como eu vendia na loja roupas e calçados
infantis, eu via que nos catálogos de moda infantil tinha sempre nas fotos as
modelos usando acessórios como laços, tiaras, faixas, então, logo tive uma
visão de negócio, eu comprei material e comecei fazer meus primeiros acessórios
ainda trabalhando na loja. O meu patrão não se importava que eu vendesse meus
produtos junto com os da loja, então eu vendia a roupa o calçado e já oferecia
o acessório para o cabelo das meninas e vendia, com isso, eu trabalhava a noite
até altas horas para fazer todas as encomendas, e fui ganhando clientes e me
aperfeiçoando. Após cinco anos trabalhando nesta loja, e ganhando cada dia mais
clientela com os acessórios infantis para cabelo e com uma visão de negócio, eu
percebi que na cidade não havia ninguém que fabricasse acessórios infantis;
decidi pedir demissão e abrir meu próprio negócio. Com um pouco de dinheiro
para iniciar meu negócio, coloquei meu sonho em prática, investi tudo, o
dinheiro que havia economizado, a minha experiência como vendedora, como mulher
empreendedora e graças a Deus, deu certo, e o fato de ser mulher só me ajudou
no meu seguimento, já que trabalho com bijuterias e acessórios infantis para
meninas.
Há quase dois anos saí do trabalho e iniciei
meu pequeno negócio com nome fantasia de Vicke Bijumix, com muita garra e
orgulho, tenho produtos e embalagens padronizados, sou Empreendedora Individual
legalizada, fabrico e vendo no varejo e atacado, vendo também para fora do
estado, para lojas infantis revenderem meus produtos, vendo via internet
através do meu blog e do facebook; ambos têm me ajudado muito na parte da
divulgação. Ainda não tenho funcionários fixos, quando tenho muitas encomendas
conto com serviços terceirizados. Ainda não tenho condição financeira para
manter outro aluguel além da casa que moro, então transformei parte da minha
sala na loja e parte no espaço de fabricação.
A cada dia percebo o quanto meu negócio
cresce, e a cada dia eu faço mais novidades, peças mais aperfeiçoadas e com
isso, ganho novas clientes e novas oportunidades de negócios. Hoje disponho da
maquineta de cartão para ter mais uma opção de pagamento. Sonho em alugar um
ponto comercial para dar mais conforto para minhas clientes e ter uma
funcionária fixa, e sei que vou conseguir. Fico muito feliz quando vejo alguma
mulher se espelhar em mim para fabricar peças semelhantes as minhas e vender,
se deu certo para mim, pode dar certo para qualquer mulher empreendedora que se
interessar em focar apenas neste ramo.
Acredito que para ter sucesso como
empreendedora é preciso ter coragem para trabalhar muito, ter atitude, não
sentir medo de correr riscos, inovar, buscar capacitações, ouvir as críticas
construtivas e melhorar a cada dia. Enfim, eu sempre falo que tenho pelo meu
pequeno negócio um amor de mãe, e como a mãe sempre cuida e dedica maior parte
do tempo para o filho, é assim que eu faço e tem dado certo. Não foi de um dia
para outro que me tornei uma mulher de negócios, uma empreendedora, foi
juntando as experiências da vida profissional e pessoal também. Hoje, aos 34
anos, sou uma mulher que ama uma profissão que não foi imposta pela falta de
emprego, foi uma decisão guiada pelo coração e pela vontade de vencer na vida.
Sou apaixonada pela minha profissão, cheia de sonhos e metas; me vejo com um
futuro de sucesso.
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